A redefinição do papel do Estado, como conseqüência das alterações em curso no sistema internacional, vem conferindo à cidade um novo papel tanto no plano interno, como também, no externo. Estas alterações devem-se, basicamente, ao avanço da microeletrônica associada à produção e aos sistemas de telecomunicações. A indústria flexível vai fazer uso desses mecanismos associados às propiedades tecnológicas que detém, para realizar sua produção universal, que se consolidará em economias urbanas tradicionais. Esta nova maneira de articulação entre as cidades e o mundo da produção vai lhe conferir um novo papel social. Se antes, no contexto da guerra fria e de produção fordista, as relações internacionais eram de competência exclusiva do governo nacional, hoje as cidades lançam mão de recursos próprios, como a paradiplomacia, para projetarse no cenário externo. No entanto, suas estratégias de inserção não podem ultrapassar às atribuições e os limites da política externa, privativos da soberanía do Estado-Nacional. Nesses termos, o presente artigo pretende: analisar as estratégias que fundamentam o exercício da paradiplomacia, discutir as novas possibilidades de projeção externa de atores subnacionais, como as cidades, e refletir sobre avanços e limites.