Sumario: | A presente pesquisa se define pela investigação do sentido de doença construído através das notícias veiculadas no jornal Diário de Santa Maria (DSM), em suas edições online e impressa, durante os dois primeiros meses do surto de toxoplasmose em Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de 18 de abril a 18 de junho de 2018. O problema que guia a pesquisa questiona quais os sentidos construídos pelo único jornal local da cidade e como o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), participam como agentes de informação e de mobilização da comunidade local. Com isso, procurou-se analisar como a notícia da toxoplasmose foi anunciada pelo jornal e qual sentido de doença foi posto em circulação. A orientação metodológica se definiu pelo mapeamento das edições do jornal, no período definido, tomando para análise as notícias que apontavam o Hospital e/ou a Universidade como sujeitos da enunciação. As notícias selecionadas foram material para a construção do estudo sob a perspectiva teórica da anunciabilidade, de Fausto Neto (1999), da construção do acontecimento, de Sodré (2012) e da significação do silêncio, de Orlandi (2007). Com a execução da pesquisa, analisou-se como o principal jornal de circulação na cidade construiu - ou omitiu a construção de - um posicionamento do HUSM diante do surto de toxoplasmose na cidade. No período de análise, na quase totalidade dos casos mapeados, o HUSM figurava como interlocutor secundário, tendo ignorado seu importante papel no âmbito regional da saúde. Foram identificados três principais momentos de construção e três vozes que se sobressaem à outras. O primeiro momento é de confirmação do surto, o que se dá através de vozes que creditam o fato. O segundo é o prolongamento da pauta, que ocorre por uma voz de referenciação. Por fim, há o silenciamento das instituições que tinham poder enunciativo até então, através de vozes de distanciamento
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