Sumario: | Nesta pesquisa, buscamos compreender a distribuição das línguas no espaço enunciativo da região fronteiriça de Foz do Iguaçu. Esse trabalho, por se inserir no interior de uma Semântica da Enunciação, objetiva tratar da relação entre línguas como uma relação política pelo modo como os falantes designam as línguas que falam e, portanto, observaremos essa questão sob uma perspectiva política, histórica e social da linguagem. A partir de nossas análises observamos em que medida a distribuição de línguas nesse espaço – línguas oficias dos Estados que fazem fronteira, os falares decorrentes da relação linguística, como o portunhol e o jopara, ou as de imigrantes - se relaciona com o fato de as pessoas falarem e ouvirem determinada língua no seu cotidiano, o que autoriza o sujeito a falar em uma ou outra língua para assim compreender o que cada língua designa e como elas constituem os falantes. Utilizamos como corpus respostas de uma entrevista elaborada para esta pesquisa e anúncios encontrados em ambientes públicos para delimitar o funcionamento e a distribuição das línguas e, também, para compreender como se constituem, nas cenas enunciativas, os sentidos que designam as línguas neste espaço de enunciação, como espaço político. Por se tratar de uma pesquisa em andamento, até o presente momento, os resultados de nossas análises nos mostram pelos procedimentos que os falantes locutores operam na organização do texto no acontecimento da enunciação, como a reescrituração e articulação, que o falante fronteiriço funciona como uma figura política que se mobiliza entre várias línguas e, ao enunciar ele se significa dividido pelas línguas e se posiciona ao se identificar com as condições sócio-históricas nas quais ele está inscrito
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