Sumario: | Na edição de 27 de abril de 1983 da revista brasileira Veja, Eurípedes Alcantara, repórter de Ciência da revista, publicou a notícia sobre o “Boimate", experimento inovador anteriormente publicado na revista inglesa New Science. Segundo a revista inglesa, o “Boimate" seria o produto da fusão de células vegetais do tomate com células animais do boi. Os biólogos responsáveis pela experiência chamavam-se Barry McDonald e Will. Wimpey – sobrenomes que lembravam empresas de alimentação. Mesmo com essa e outras pistas no texto difun-dido na New Science, Eurípedes publicou tal experiência na revista Veja como sendo um fato verídico, o que causou a hilaridade de alguns leitores/as e jornalistas brasileiros/as. A publicação inglesa não passava de uma brincadeira costumeira da New Science, que inven-tava e fazia circular matérias em comemoração ao dia 1º de abril, conhecido como o dia da mentira. Esse é um exemplo do que podemos intitular como fake news, que simploriamente, diante de toda sua complexidade, pode ser entendido como notícias falsas que se espalham rapidamente. Esse fenômeno se ampara atualmente em novas tecnologias que proporcio-nam um maior poder de distribuições dessas notícias. No entanto, o hábito de lançar notícias falsas não é uma novidade no Brasil. Exemplo disso é a Sociedade Petalógica do Rossio Grande, uma agremiação que existiu entre os anos de 1830 e 1860 e que tinha como objetivo disseminar mentiras para ridicularizar aqueles que as passavam para frente como sendo verdades. Mas o que era essa Sociedade, quem eram seus membros e o que objetivavam com essas mentiras? Como os próprios iniciados na Petalogica escreviam nas Atas das reuniões da agremiação, publicadas o jornal de variedades A Marmota, vejamos como a cousa se fez
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