Sumario: | A utilização de resíduos tem ganhado cada vez mais visibilidade em obras da engenharia civil devido a necessidade ambiental de dar um destino útil aos resíduos, assim como pelas vantagens econômicas ao substituir o uso de materiais mais nobres. Em aterros sanitários, os resíduos de construção civil e demolição (RCD) podem ser triturados e utilizados em camada de cobertura, desde que apresentem determinadas características. Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), os solos ou materiais alternativos devem apresentar mais de 30% de finos, limite de liquidez ≥ 30%, índice de plasticidade ≥ 15%, pH ≥ 7 e permeabilidade ≤ 10-7 cm/s para utilização em barreiras impermeabilizantes de aterros sanitários, o que nem sempre é possível em materiais granulares, como o RCD. Dessa forma, pode-se adequar as características geotécnicas e viabilizar o uso da areia RCD como camada de cobertura com a adição de bentonita sódica, uma argila de baixa condutividade hidráulica e alta plasticidade, amplamente empregada na construção civil, principalmente para minimizar fluxo de líquidos. Nessa pesquisa, uma areia RCD de uma usina local teve a adição de uma bentonita sódica argentina em diferentes teores para verificar o teor mínimo que adeque essa mistura como camadas de aterros sanitários. Foram realizados os ensaios de laboratório geotécnicos de Análise Granulométrica, Limites de Atterberg, pH, Compactação e Condutividade Hidráulica. Os resultados mostraram que 20% de bentonita poderia adequar essa mistura para utilização como camada impermeabilizante e que com poucos teores a mistura teve acréscimos significativos e suficientes na plasticidade e liquidez para o uso como camadas diárias ou intermediárias em aterros sanitários.
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