Sumario: | Este trabalho tem como objetivo analisar o grau de autonomia dos povos indígenas na construção do projeto “Etnodesenvolvimento para comunidades indígenas do Ceará" e seus legados. O programa foi realizado de 2013 a 2016, patrocinado pela Petrobrás Social, construído e executado pela ADELCO (Associação para o Desenvolvimento Local Co-Produzido) e indígenas das etnias Jenipapo-Kanindé, Kanindé de Aratuba, Tapeba, Pitaguary, Tremembé e Anacé. O etnodesenvolvimento é a ideia que se contrapõe a modernização capitalista em territórios tradicionais, levando em consideração seus aspectos étnicos para construir uma economia justa e solidária. A teoria foi desenvolvida após três principais eventos, segundo o antropólogo Ricardo Verdum, ocorridos na América Latina, os simpósios “Fricção interétnica na América Latina" em Barbados, “ Movimentos de Liberação Indígena na América Latina" e a Reunião de Especialistas em Etnodesenvolvimento e Etnocídio, na Costa Rica, que pautaram o etnodesenvolvimento. A pesquisa está amparada pelo conceito de Etnodesenvolvimento de Stavenhagem e Guilherme Batalla, entrevistas com os (as) indígenas, relatórios anuais entregues para Petrobrás e uma cartilha sobre as vivências do Projeto construída pela ADELCO. Tendo em vista, que a história dos povos indígenas do nordeste, é marcada por violências inclusive estatais minha hipótese é que o projeto fortaleceu a luta política pelo direito à vida e terra dos povos originários, sendo um marcador contra o etnocídio local do Ceará.
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