UNIVERSALIDADE ESTÉTICA E UNIVERSALIDADE LÓGICA: NOTAS SOBRE O §8 DA CRÍTICA DO JUÍZO DE KANT

A tese fundamental da Estética kantiana contida na Crítica do Juízo é a de que os juízos de gosto, eminentemente subjetivos, proferidos com base num sentimento de prazer desinteressado da existência do objeto julgado e não fundados em conceitos do entendimento ou ideias da razão prática, apresentam...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Rego, Pedro Costa
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Faculdade de Filosofia e Ciências 2011
Acceso en línea:https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1152
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/73213
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spelling clacso-CLACSO732132022-03-21T18:05:24Z UNIVERSALIDADE ESTÉTICA E UNIVERSALIDADE LÓGICA: NOTAS SOBRE O §8 DA CRÍTICA DO JUÍZO DE KANT Rego, Pedro Costa A tese fundamental da Estética kantiana contida na Crítica do Juízo é a de que os juízos de gosto, eminentemente subjetivos, proferidos com base num sentimento de prazer desinteressado da existência do objeto julgado e não fundados em conceitos do entendimento ou ideias da razão prática, apresentam validade universal. “Universalidade estética” é o conceito-chave com base no qual a terceira Crítica, que já havia afrontado as estéticas racionalistas com a tese da não-conceptualidade do juízo de gosto, rechaça, no outro fl anco, o ceticismo estético dos defensores de um gosto privado e incomunicável. Em sua versão expositiva e analítica, o tema da universalidade do gosto é discutido no segundo momento da Analítica do Belo, que se conclui com a tese de que “belo é o que apraz universalmente sem conceito”. A essa conclusão Kant chega, tendo estabelecido no §8, entre outras coisas, a distinção entre a universalidade própria dos juízos refl exionantes estéticos e uma certa universalidade que se deve reconhecer em juízos determinantes de conhecimento teórico ou prático. À primeira, Kant atribui três títulos: o acima referido de “universalidade estética” (ästhetische Allgemeinheit), o de “validade comum” (Gemingültigkeit) e o de “validade universal subjetiva” (subjektive Allgemeingültigkeit). Quanto à segunda, a Analítica parece pretender batizar com os nomes supostamente equivalentes de “universalidade lógica” (logische Allgemeinheit) e “validade universal objetiva” (objektive Allgemeingültigkeit). O que defendo, no presente trabalho, é que a inteligência da noção de universalidade estética fi ca comprometida por três níveis de ambiguidade presentes no estabelecimento desses conceitos. Primeiramente, discutirei as difi culdades concernentes à apresentação kantiana dos conceitos de “universalidade” (Allgemeinheit) e de “validade universal” 2011-08-18 2022-03-21T18:05:24Z 2022-03-21T18:05:24Z info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1152 10.1590/S0101-31732011000400002 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/73213 por https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/1152/1028 Copyright (c) 2021 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 application/pdf Faculdade de Filosofia e Ciências TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 34: Número Especial 2 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 34: Número Especial 2 1980-539X 0101-3173
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