A hipotética linguagem ideal de Platão

Para que um discurso sobre o espetáculo do mundo transcendente seja acolhido como totalidade inteligível e coerente, urge desvencilhar-se da arbitrariedade do domínio de trêmulos contornos do sensível, esfera de opiniões apenas. É o que propõe Platão, na esteira das reflexões dos primeiros pensadore...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Santos, Maria Carolina Alves dos
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Faculdade de Filosofia e Ciências 2003
Materias:
Acceso en línea:https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/857
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/73021
_version_ 1782339052717998080
author Santos, Maria Carolina Alves dos
author_facet Santos, Maria Carolina Alves dos
author_sort Santos, Maria Carolina Alves dos
collection Repositorio
description Para que um discurso sobre o espetáculo do mundo transcendente seja acolhido como totalidade inteligível e coerente, urge desvencilhar-se da arbitrariedade do domínio de trêmulos contornos do sensível, esfera de opiniões apenas. É o que propõe Platão, na esteira das reflexões dos primeiros pensadores: para suprir deficiências que causam a elisão da realidade e transformar a linguagem num veículo de intelecção autêntica dos conceitos essenciais de um pensar filosófico, ele a coloca no centro de uma especulação rigorosa. Tal como seus antecessores Heráclito e Parmênides, Platão revela logofilia ao empenhar-se na construção de uma nova estrutura discursiva, diferente daquela do homem comum, desencadeando no campo da Filosofia uma revolução que se tornara indispensável: elabora um modelo fundador - princípio de uma ordem permanente propedêutica à construção de uma linguagem formal e abstrata - referente a entes que os homens, na maioria, por si mesmos não conseguem visualizar. Somente nela poderá reverberar a verdade universal das Formas que, ao emprestarem seus nomes à infindável série dos particulares sensíveis, os clarifica e lhes confere significação. Com as teorias que a partir das Formas desenvolve e expõe nos Diálogos, o filósofo visa induzir o leitor a preparar-se para operar, metodicamente, a conversão de sua alma ao plano desses seres ideais, supra-sensíveis, e apreender, assim, a realidade que tudo fundamenta e torna cognoscível.
format info:eu-repo/semantics/article
id clacso-CLACSO73021
institution CLACSO, Repositorio Digital
language Portugués
publishDate 2003
publisher Faculdade de Filosofia e Ciências
record_format greenstone
spelling clacso-CLACSO730212022-03-21T18:04:21Z A hipotética linguagem ideal de Platão Santos, Maria Carolina Alves dos Platão discurso metafísica teologia Para que um discurso sobre o espetáculo do mundo transcendente seja acolhido como totalidade inteligível e coerente, urge desvencilhar-se da arbitrariedade do domínio de trêmulos contornos do sensível, esfera de opiniões apenas. É o que propõe Platão, na esteira das reflexões dos primeiros pensadores: para suprir deficiências que causam a elisão da realidade e transformar a linguagem num veículo de intelecção autêntica dos conceitos essenciais de um pensar filosófico, ele a coloca no centro de uma especulação rigorosa. Tal como seus antecessores Heráclito e Parmênides, Platão revela logofilia ao empenhar-se na construção de uma nova estrutura discursiva, diferente daquela do homem comum, desencadeando no campo da Filosofia uma revolução que se tornara indispensável: elabora um modelo fundador - princípio de uma ordem permanente propedêutica à construção de uma linguagem formal e abstrata - referente a entes que os homens, na maioria, por si mesmos não conseguem visualizar. Somente nela poderá reverberar a verdade universal das Formas que, ao emprestarem seus nomes à infindável série dos particulares sensíveis, os clarifica e lhes confere significação. Com as teorias que a partir das Formas desenvolve e expõe nos Diálogos, o filósofo visa induzir o leitor a preparar-se para operar, metodicamente, a conversão de sua alma ao plano desses seres ideais, supra-sensíveis, e apreender, assim, a realidade que tudo fundamenta e torna cognoscível. 2003-12-01 2022-03-21T18:04:21Z 2022-03-21T18:04:21Z info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/857 10.1590/S0101-31732003000200005 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/73021 por https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/857/752 Copyright (c) 2021 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 application/pdf Faculdade de Filosofia e Ciências TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol. 26 No. 2 (2003); 93-107 TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 26 n. 2 (2003); 93-107 1980-539X 0101-3173
spellingShingle Platão
discurso
metafísica
teologia
Santos, Maria Carolina Alves dos
A hipotética linguagem ideal de Platão
title A hipotética linguagem ideal de Platão
title_full A hipotética linguagem ideal de Platão
title_fullStr A hipotética linguagem ideal de Platão
title_full_unstemmed A hipotética linguagem ideal de Platão
title_short A hipotética linguagem ideal de Platão
title_sort hipotética linguagem ideal de platão
topic Platão
discurso
metafísica
teologia
url https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/857
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/73021