Sumario: | Este livro pretende analisar a obra de João Canijo e a sua relação com as representações da identidade nacional. Para isso, propõe uma revisão bibliográfica sobre a identidade cultural portuguesa, em diversas dimensões (histórica, literária e antropológica), ressaltando, sobretudo, a importância da ideologia salazarista e a tensão identitária do momento contemporâneo. Na segunda parte, o livro ensaia uma análise a oito longas-metragens do realizador, propondo a ideia de uma dramaturgia da violência, através de um exercício intertextual com a tragédia grega e o melodrama cinematográfico, que pretende dar conta de um imaginário português contemporâneo. Nesse sentido, argumenta-se a importância de conceitos como a não-inscrição, de José Gil, ou o recalcado, de Eduardo Lourenço. Num último momento, esta análise percorre o debate do realismo no cinema, através do prisma das mudanças contemporâneas sugeridas pela obra do cineasta, em que se destaca uma hibridez entre elementos ficcionais e documentais.
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