Análise de categorias de pertença (ACP) em estudos de linguagem e gênero: a (des)construção discursiva do homogêneo masculino

Estudos sobre as relações entre linguagem, gênero e, agora, sexualidade, a partir de uma perspectiva etnometodológica, trouxeram mudanças profundas na maneira como são compreendidas essas relações. Gênero, não mais visto como natural e pré-discursivo, passa a ser entendido como uma construção social...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Sell, Mariléia, Ostermann, Ana Cristina
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: UNESP 2009
Materias:
Acceso en línea:https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1675
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/63880
Descripción
Sumario:Estudos sobre as relações entre linguagem, gênero e, agora, sexualidade, a partir de uma perspectiva etnometodológica, trouxeram mudanças profundas na maneira como são compreendidas essas relações. Gênero, não mais visto como natural e pré-discursivo, passa a ser entendido como uma construção social, negociada, atualizada, reifi cada e/ou refutada a cada interação. Essa transformação epistemológica das concepções de gênero e sexualidade em sua ligação com a linguagem requer instrumentos analíticos adequados. Para entender como as identidades de gênero são negociadas na esfera da fala-em-interação, apresentamos a relevância da Análise de Categorias de Pertença, quando aliada à Análise da Conversa (SACKS, 1992), por meio da análise de interações entre uma psicóloga e candidatos à vasectomia em um posto do SUS. Trata-se de consultas em que pacientes buscam o seu aval de sanidade mental para conseguirem o direito à vasectomia pelo Programa Nacional de Planejamento Familiar. Pela ação de “categorizar” observada nessas interações, é possível perceber a ordem social generifi cada, ou seja, as concepções normativas de gênero que operam em contextos macro-sociais e que são trazidas para a micro-esfera interacional. Categorizar é, assim, uma ação explícita ou implícita de exercitar a agentividade (BUTLER, 1990) no mundo, expondo a tensão entre as vivências de cada um e as expectativas convencionais de performances de gênero.