A mestiçagem da alma: literatura, crítica e ciência na construção do discurso racial no Brasil pós 1870

No final do século XIX, as teorias raciais tornaram-se um elemento central no nacionalismo europeu, que buscava no fundamento étnico a origem das particularidades de cada nação. Tais teorias tiveram notável difusão no Brasil, onde alguns importantes intelectuais buscaram construir um argumento racia...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Murari, Luciana
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: ITINERÁRIOS – Revue de Littérature 2008
Acceso en línea:https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/2832
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/62564
Descripción
Sumario:No final do século XIX, as teorias raciais tornaram-se um elemento central no nacionalismo europeu, que buscava no fundamento étnico a origem das particularidades de cada nação. Tais teorias tiveram notável difusão no Brasil, onde alguns importantes intelectuais buscaram construir um argumento racial para o país a partir da adaptação de conceitos do racialismo europeu. Neste contexto, a literatura e a crítica literária, como campos privilegiados para a construção do discurso nacional, desempenharam um papel de grande importância, ao buscar no estudo da questão racial as raízes da formação brasileira. Euclides da Cunha e Sílvio Romero são tratados neste artigo como alguns dos principais artífices do discurso racial na história do pensamento brasileiro. Para demonstrar o importante diálogo estabelecido, no contexto intelectual do período pós-1870, entre a atividade literária e o discurso científico, tomamos como contraponto a obra do médico Nina Rodrigues, tendo por objetivo sintetizar alguns componentes e conflitos da discussão a respeito da essência racial da identidade brasileira. Palavras-chave: Euclides da Cunha; Sílvio Romero; Nina Rodrigues; discurso nacional; teorias raciais.