Entre o ser e o não ser educado financeiramente: o discurso sobre educação financeira no espaço escolar

Este artigo objetiva discutir a educação financeira por meio de materiais didáticos produzidos para o desenvolvimento do tema nas escolas de educação básica brasileira. Desencadeada a partir da instituição da Estratégia Nacional de Educação Financeira em 2010, a temática vem sendo debatida no país e...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Fernandes, Luzia de Fatima Barbosa, Silva, Pedro Henrique da
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Publicado: Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Unidade da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limeira-SP, vinculada ao Laboratório de Estudos do Setor Público, LESP 2020
Materias:
Acceso en línea:https://periodicos.fclar.unesp.br/redd/article/view/14011
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/62175
Descripción
Sumario:Este artigo objetiva discutir a educação financeira por meio de materiais didáticos produzidos para o desenvolvimento do tema nas escolas de educação básica brasileira. Desencadeada a partir da instituição da Estratégia Nacional de Educação Financeira em 2010, a temática vem sendo debatida no país e gerando um número crescente de publicações específicas. Metodologicamente, apresentamos uma análise documental baseada em autores da Sociologia Econômica e da Antropologia Econômica, e, como material empírico, os livros intitulados Educação Financeira e Valores. Com a análise, verificou-se que, quando a temática é vista sob aspectos racionais, os aspectos culturais e sociais são negligenciados, criando, a partir dessa ótica, pessoas educadas ou não financeiramente. Essa educação financeira que vem sendo produzida para a escola básica parece representar um mecanismo de transposição das crenças do capitalismo das finanças em capital cultural. O que essa educação financeira pretende, na prática, é construir socialmente um sujeito consumidor apto a imergir em assuntos financeiros, e, quando esse conhecimento se desenvolve na escola, pode favorecer a promoção de um crescimento econômico do país restrito ao enriquecimento de grandes produtores, no qual os estudantes seriam, a priori, apenas consumidores.