Produção de substâncias, revelação e outras armadilhas no combate ao racismo no Brasil contemporâneo

Na área denominada como "saúde da população negra", cresce o interesse pela afro- -descendência e pelas chamadas "doenças raciais". Concomitantemente, mapeamentos genéticos têm sido feitos com o intuito de deslegitimar a "raça", com base na afirmação da miscigenação com...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Carolina Cantarino Rodrigues
Formato: artículo científico
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal de Goiás 2010
Materias:
Acceso en línea:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=70315011013
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/58950
Descripción
Sumario:Na área denominada como "saúde da população negra", cresce o interesse pela afro- -descendência e pelas chamadas "doenças raciais". Concomitantemente, mapeamentos genéticos têm sido feitos com o intuito de deslegitimar a "raça", com base na afirmação da miscigenação como a "verdadeira identidade" do povo brasileiro. Neste artigo, essas questões serão discutidas tendo em vista o modo como a legitimidade e a autoridade da biologia estão sendo mobilizadas para justificar posições políticas. A produção de identidades mediadas pela genética não será aqui discutida como processo de "naturalização", "geneticização" ou mesmo "biologização" da sociedade. Trata-se de uma "política da representação" que reproduz dicotomias - entre ciência e política, por exemplo - num movimento intenso de hierarquização de predicados e produção de substâncias. A crítica a essa política se faz necessária como uma crítica política à determinação biológica e a sua lógica substancialista e de revelação.