GLOBALIZAÇÃO E A NOVA CRISE DE LEGITIMAÇÃO

Este artigo investiga a questão da legitimação social sob a globalização, que tem caracterizado a difusão do neoliberalismo e a concomitante reestruturação da intervenção do Estado na economia (um controle bastante reduzido das consequências não-desejadas do funcionamento do mercado) e na sociedade...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Bonanno, Alessandro
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal de Pernambuco 2014
Acceso en línea:https://periodicos.ufpe.br/revistas/revsocio/article/view/235370
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/58670
Descripción
Sumario:Este artigo investiga a questão da legitimação social sob a globalização, que tem caracterizado a difusão do neoliberalismo e a concomitante reestruturação da intervenção do Estado na economia (um controle bastante reduzido das consequências não-desejadas do funcionamento do mercado) e na sociedade (redução de programas sociais). O desenvolvimento do fordismo, no início do século XX, e do alto-fordismo, nas décadas subsequentes à Segunda Guerra Mundial, caracterizaram uma forte intervenção estatal, central para o equilíbrio entre o acúmulo de capital e a legitimação social. Ao afirmar que a prosperidade socioeconômica e a democracia substantiva poderiam ser simultaneamente alcançadas, o fordismo foi deslegitimado à medida que as condições econômicas se deterioraram e as demandas por democracia substantiva permaneceram não-atendidas. A globalização neoliberal alterou o capitalismo fordista por meio da redução do Estado social e da abertura para, e integração com, forças de mercado globais. Ela também gerou a necessidade de expansão da vigilância e controle sociais. A evolução da globalização neoliberal é dividida em três períodos distintos, cada um legitimado por uma ideologia específica:  1) o fim da Guerra Fria e o “fim da história”; 2) o “consenso de Washington”; e 3) a “era do império”. Cada fase passou por uma crise de legitimação que foi atendida por novos construtos ideológicos. A fase atual da globalização, a “era do império”, tem sido legitimada por meio de uma ideologia que propõe a liderança política e cultural dos EUA como algo autoevidente e unificador. Esta ideologia choca-se com condições históricas atuais que se caracterizam por divisões e oposições agudas. Como resultado dessa situação, a globalização contém as condições para uma nova crise de legitimação.