JOÃO-MARIA VILANOVA: o escritor angolano secreto e os poderes hegemónicos

Revela-se a verdadeira identidade do escritor angolano João-Maria Vilanova, pela primeira vez, ao público brasileiro. Discute-se a causa e o modo como o escritor quis que os textos valessem por si, com o seu lugar de fala e a ontologia localizados em Angola e no seu povo. Mostra-se uma angolanidade...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Laranjeira, José Luís Pires
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal de Pernambuco 2020
Materias:
Acceso en línea:https://periodicos.ufpe.br/revistas/revsocio/article/view/248003
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/58622
Descripción
Sumario:Revela-se a verdadeira identidade do escritor angolano João-Maria Vilanova, pela primeira vez, ao público brasileiro. Discute-se a causa e o modo como o escritor quis que os textos valessem por si, com o seu lugar de fala e a ontologia localizados em Angola e no seu povo. Mostra-se uma angolanidade extremamente marcada pela história, sociedade, cultura e engajamento político e uma alta qualidade estética, mantendo, todavia, um anonimato obsessivo. Procura-se assinalar subtis ou explicitados preconceitos, de ordem ideológica, tanto em Angola como em Portugal, que concorreram para que ele não tenha ainda merecido o lugar que o seu talento justificaria. Tal somente se compreende observando o poder hegemónico colonial, que impedia a divulgação da sua obra, embora tivesse ganho um prémio, porém sem consequências de maior efeito. Igualmente, analisam-se aqui algumas causas que prolongam a subavaliação deste escritor secreto, após a Independência, sobretudo desde 1985, em que se consolida um novo poder hegemónico societário e cultural.