O CORTE: da fragilidade do pacto social à corrosão do caráter na pós-modernidade

Através de alguns elementos apresentados na arte cinematográfica, este artigo se propõe a analisar os efeitos sobre o pacto social da problemática do desemprego na contemporaneidade. Deste modo, propomos analisar o filme O Corte (Le Couperet), de Constatin Costa-Gavras, longa-metragem baseado no liv...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Siqueira, Fabiano, Szapiro, Ana, Pereira, André
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal de Pernambuco 2014
Acceso en línea:https://periodicos.ufpe.br/revistas/revsocio/article/view/235359
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/58534
Descripción
Sumario:Através de alguns elementos apresentados na arte cinematográfica, este artigo se propõe a analisar os efeitos sobre o pacto social da problemática do desemprego na contemporaneidade. Deste modo, propomos analisar o filme O Corte (Le Couperet), de Constatin Costa-Gavras, longa-metragem baseado no livro do romancista americano Donald Westlake. Neste drama, Bruno Davert (José Garcia) é um executivo desempregado há dois anos que, para voltar à ativa, decide assassinar não só o atual titular do cargo que pretende ocupar, como também todos os seus possíveis substitutos. A partir das indicações semiológicas de Mikhail Bakhtin e Marília Amorim, são extraídos elementos formais reiterados nas imagens do filme de modo a construir a problemática conceitual situada na articulação da psicanálise e da sociologia. A hipótese é a de que o pacto social se fragiliza, na medida em que assistimos no mundo contemporâneo à situação de desemprego crônico. Assim sendo, o pacto edípico, constitutivo do sujeito, fica também, conforme apontou Pellegrino, gravemente comprometido e, com isso, a dimensão moral do laço social se encontra profundamente abalada.