Escrita conjunta: participação, negociação e escolhas no processo de construção de uma resenha acadêmica

Em toda sua obra, Mikhail Bakhtin evidencia a importância do outro na comunicação discursiva. Segundo o autor, todas as manifestações e relações da vida humana são atravessadas por relações dialógicas e a linguagem só existe na comunicação dialógica entre um eu e um outro, um falante e um ouvinte. P...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Pereira, Márcia Helena de Melo, Prado, Anne Carolline Dias Rocha
Otros Autores: Segundo autor: Bolsista do programa interno de bolsas de pós-graduação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2020
Materias:
Acceso en línea:https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/soletras/article/view/45846
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/56133
Descripción
Sumario:Em toda sua obra, Mikhail Bakhtin evidencia a importância do outro na comunicação discursiva. Segundo o autor, todas as manifestações e relações da vida humana são atravessadas por relações dialógicas e a linguagem só existe na comunicação dialógica entre um eu e um outro, um falante e um ouvinte. Para ele, o outro é quem orienta a enunciação, pois as escolhas linguísticas dos interlocutores são feitas sob influência do destinatário e sua resposta antecipada. Trata-se da perspectiva dialógica da linguagem, cerne de toda discussão empreendida por Bakhtin (2011a; 2011b; 2011c; 2014; 2018). É a partir dela que buscaremos, neste artigo, compreender como acontece a escrita conjunta no processo de construção de uma resenha acadêmica escrita por duas duplas de estudantes universitários, observando as estratégias de negociação utilizadas, as escolhas linguísticas que fazem e a participação efetiva de cada indivíduo durante a produção textual, com vistas a verificar de que maneira um influencia o outro nesse processo. De modo geral, o que nossas análises mostraram é que a escrita conjunta só acontece efetivamente quando há contribuição, participação e escolhas de todas as partes, ainda que uma delas sobressaia em relação a outra.