VONTADE REBELADA EM RUBEM FONSECA: UMA LEITURA NIETZSCHIANA
O homem a que se refere Camus no trecho acima é aqueleque, inconformado com sua humanidade, se lança no dilaceramentoque sua recusa engendra, esta carregada de dúvida e incompreensão.Esse homem quer a ordenação no caos, desordem a partir da qual éconcebido. Ele quer transformar. Assim, se insurge co...
Autor principal: | |
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Formato: | info:eu-repo/semantics/article |
Lenguaje: | Portugués |
Publicado: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2013
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Acceso en línea: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/soletras/article/view/4711 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/56018 |
Sumario: | O homem a que se refere Camus no trecho acima é aqueleque, inconformado com sua humanidade, se lança no dilaceramentoque sua recusa engendra, esta carregada de dúvida e incompreensão.Esse homem quer a ordenação no caos, desordem a partir da qual éconcebido. Ele quer transformar. Assim, se insurge contra essa caoticidade,buscando encontrar a unidade. O pensamento camusiano do“homem revoltado”, assim como a obra ficcional de Rubem Fonseca,como veremos, estão dialogando diretamente com o “espírito envenenado”do homem niilista, descrito por Nietzsche ao longo de suaprodução filosófica. A grande preocupação deste filósofo foi analisaros caminhos que levaram o homem a se desencontrar da sua própriavida, pensando poder refazê-la, ou melhor, desfazê-la, invertendo oseu movimento necessário: o da pura imediatidade, da irreversibilidade.É esse o espírito de vingança que deseja corrigir a realidade, avida, o homem mesmo. "'Eu fiz isso', diz minha memória. 'Eu nãoposso ter feito isso', diz meu orgulho, e permanece inflexível. Porfim - a memória cede" (Nietzsche, 2005: 62) |
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