Lição das coisas: ruínas modernas e romance naturalista brasileiro

A leitura de romances naturalistas brasileiros, atenta aos desafios acumulados pela constituição histórica da nossa prosa literária, se depara com uma etapa longa (entre as décadas de 1880 e 1900) e resultados muito diversos, mas de grande interesse. O débito desses romances em relação ao modelo fra...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Cara, Salete de Almeida
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2016
Acceso en línea:https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/soletras/article/view/19103
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/55968
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description A leitura de romances naturalistas brasileiros, atenta aos desafios acumulados pela constituição histórica da nossa prosa literária, se depara com uma etapa longa (entre as décadas de 1880 e 1900) e resultados muito diversos, mas de grande interesse. O débito desses romances em relação ao modelo francês se mescla a uma curiosa singularidade, que pede exame em cada caso, dando a ver que a experiência social particular é pressuposto material das formas literárias. No trato com seu material, dá um passo além de José de Alencar, um passo aquém de Machado de Assis, sendo também  indicativo para o que virá no romance de 30. Ao procurar entender a feição do naturalismo no Brasil, no entanto, o romance experimental de Émile Zola cobra seu lugar e exige voltar à má compreensão de certa crítica, estrangeira e nacional, que o reduziu a um mero romance cientificista. Sendo assim, ele apenas aplicaria, com senso de fatalismo, esquemas mecânicos de patologias hereditárias, reforçados entre nós pelas noções de inferioridade de raças e de classes sociais como ameaças aos fundamentos da ordem moral e legal do país. A questão se torna mais complexa quando, à crítica mais conservadora, se soma a leitura de Georg Lukács nos anos de 1930, ainda que com um senso agudo da dimensão formal das obras que analisa, e  que aqui não cabe tratar.
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language Portugués
publishDate 2016
publisher Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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spelling clacso-CLACSO559682022-03-17T19:56:45Z Lição das coisas: ruínas modernas e romance naturalista brasileiro Cara, Salete de Almeida A leitura de romances naturalistas brasileiros, atenta aos desafios acumulados pela constituição histórica da nossa prosa literária, se depara com uma etapa longa (entre as décadas de 1880 e 1900) e resultados muito diversos, mas de grande interesse. O débito desses romances em relação ao modelo francês se mescla a uma curiosa singularidade, que pede exame em cada caso, dando a ver que a experiência social particular é pressuposto material das formas literárias. No trato com seu material, dá um passo além de José de Alencar, um passo aquém de Machado de Assis, sendo também  indicativo para o que virá no romance de 30. Ao procurar entender a feição do naturalismo no Brasil, no entanto, o romance experimental de Émile Zola cobra seu lugar e exige voltar à má compreensão de certa crítica, estrangeira e nacional, que o reduziu a um mero romance cientificista. Sendo assim, ele apenas aplicaria, com senso de fatalismo, esquemas mecânicos de patologias hereditárias, reforçados entre nós pelas noções de inferioridade de raças e de classes sociais como ameaças aos fundamentos da ordem moral e legal do país. A questão se torna mais complexa quando, à crítica mais conservadora, se soma a leitura de Georg Lukács nos anos de 1930, ainda que com um senso agudo da dimensão formal das obras que analisa, e  que aqui não cabe tratar. 2016-03-14 2022-03-17T19:56:45Z 2022-03-17T19:56:45Z info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/soletras/article/view/19103 10.12957/soletras.2015.19103 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/55968 por https://www.e-publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/soletras/article/view/19103/15915 application/pdf Universidade do Estado do Rio de Janeiro Revista Soletras; n. 30 (2015): Naturalismos; 39-54 SOLETRAS; n. 30 (2015): Naturalismos; 39-54 SOLETRAS; n. 30 (2015): Naturalismos; 39-54 SOLETRAS; n. 30 (2015): Naturalismos; 39-54 SOLETRAS; n. 30 (2015): Naturalismos; 39-54 2316-8838 1519-7778
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