Um sermão filosófico travestido de conhecimento social: a etnografia da ciência de Bruno Latour

O artigo apresenta uma reflexão sobre a crítica da epistemologia normativa levada a cabo por Bruno Latour em seus estudos da comunidade científica, com mais exatidão nos livros A vida de laboratório e Ciência em ação, sublinhando basicamente duas dificuldades internas dessa crítica, a saber: 1) na e...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autor principal: Luís de Gusmão
Formato: artículo científico
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2017
Materias:
Acceso en línea:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=86859349009
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/55759
Descripción
Sumario:O artigo apresenta uma reflexão sobre a crítica da epistemologia normativa levada a cabo por Bruno Latour em seus estudos da comunidade científica, com mais exatidão nos livros A vida de laboratório e Ciência em ação, sublinhando basicamente duas dificuldades internas dessa crítica, a saber: 1) na etnografia da ciência desenvolvida por Latour, a abordagem normativa, ao contrário do prometido ao leitor, não cede lugar à abordagem empírica, pois a caracterização da tribo dos cientistas ali oferecida permanece clara e inequivocamente valorativa; 2) nessa etnografia, temos, ao mesmo tempo, o recurso metodológico explícito ao empirismo enquanto lógica geral de validação de alcance transcontextual e a defesa da tese de acordo com a qual a validação das conclusões da ciência pode ser explicada, de forma exaustiva, com base em variáveis contextuais, coisas logicamente incompatíveis. Nesse sentido, Latour acaba de fato fracassando em sua tentativa de superar, por meio da pesquisa etnográfica, a distinção formulada pela epistemologia normativa entre explicação empírica e justificação racional do conhecimento humano.