Franz Kafka, Fernando Pessoa e Mário de Andrade: o alcance das pequenas literaturas

Em seus diários, Franz Kafka formula a noção de pequena literatura, que servia para designar a produção de povos sem tradição literária. Nesse tipo de produção, Kafka percebeu a possibilidade de vocalizar uma cultura e contribuir para conferir-lhe coesão social. Embora Kafka não tivesse em mente a s...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Ana Lúcia Teixeira
Formato: artículo científico
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2018
Materias:
Acceso en línea:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=86858049007
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/55716
Descripción
Sumario:Em seus diários, Franz Kafka formula a noção de pequena literatura, que servia para designar a produção de povos sem tradição literária. Nesse tipo de produção, Kafka percebeu a possibilidade de vocalizar uma cultura e contribuir para conferir-lhe coesão social. Embora Kafka não tivesse em mente a sua própria produção quando cunhou o termo - o que gerou um debate acalorado que permanece aceso, sobretudo após Deleuze e Guattari publicarem, em 1975, um ensaio sobre o tema - o propósito deste artigo é o de averiguar em que medida o olhar de Kafka, como analista da cultura (aquele que formula a noção de pequena literatura), enxerga na literatura de seu tempo um conjunto de atributos que a apresentam como um intérprete e um ator social e político. O alcance analítico dessa categoria é examinado num trabalho comparativo com o olhar lançado por Fernando Pessoa e Mário de Andrade a seus respectivos contextos culturais, de forma a alargar a noção de pequena literatura formulada originalmente por Kafka.