Oitenta pretos africanos, novos, em um coió, debaixo do sal: tráfico internacional de africanos escravizados (Angola – Rio de Janeiro - Brasil meridional, 1836)
Em janeiro de 1836 adentrou o porto de São José do Norte, no Brasil meridional, o patacho Dois Irmãos, vindo do Rio de Janeiro. Ao fazer a visita rotineira da embarcação, a guarda daquela barra encontrou a bordo, além da tripulação (de 9 pessoas livres e um preto ladino) e um passageiro português, 8...
Autor principal: | |
---|---|
Formato: | info:eu-repo/semantics/article |
Lenguaje: | Español |
Publicado: |
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República, Uruguay; Instituto de Ciencias Históricas –Departamento de Historia del Uruguay-Grupo Claves del Siglo XIX. I+D CSIC.
2019
|
Materias: | |
Acceso en línea: | https://ojs.fhce.edu.uy/index.php/claves/article/view/272 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/46893 |
Sumario: | Em janeiro de 1836 adentrou o porto de São José do Norte, no Brasil meridional, o patacho Dois Irmãos, vindo do Rio de Janeiro. Ao fazer a visita rotineira da embarcação, a guarda daquela barra encontrou a bordo, além da tripulação (de 9 pessoas livres e um preto ladino) e um passageiro português, 80 pretos africanos novos escondidos em um coió, debaixo da carga de sal. A carga ilegal, tendo em vista a lei de 07.11.1831, vinha do Rio de Janeiro e tinha sido colocada a bordo ao pé das Ilhas das Cagarras e Redonda. Os “43 pretos africanos e 37 pretas ditas” foram embarcadas no litoral de Angola e trazidas ao Rio de Janeiro, onde após um ano foram reconduzidos para o mercado escravista meridional. O sal e os africanos ilegalmente escravizados, provavelmente seriam consumidos pela economia charqueadora local, apesar daquela embarcação já ter se envolvido em contrabandos com o Uruguai. O artigo investigará, a partir do cruzamento de um documento judicial com outras fontes primárias, as ligações do tráfico internacional transatlântico com o abastecimento ilegal de escravos no Brasil meridional, além da relação da justiça com esse comércio ilegal. |
---|