REGIMES DE ORDENAÇÃO ESPACIAL NO BRASIL: a fusão de neoliberalismo, populismo de esquerda e visões modernistas na urbanização de favelas no Recife

Este artigo mostra como os regimes de ordenação espacial são produzidos pela junção de três forças: neoliberalismo, políticas de esquerda e visões modernistas. Ele focaliza o PROMETRÓPOLE, um programa de urbanização em Recife. Nesse programa, a dimensão neoliberal é manifesta na ideia de que o Estad...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Nuijten, Monique, Koster, Martijn, de Vries, Pieter, Campelo Cabral, Augusto Antonio
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade Federal da Bahia 2018
Materias:
Acceso en línea:https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/27087
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/39855
Descripción
Sumario:Este artigo mostra como os regimes de ordenação espacial são produzidos pela junção de três forças: neoliberalismo, políticas de esquerda e visões modernistas. Ele focaliza o PROMETRÓPOLE, um programa de urbanização em Recife. Nesse programa, a dimensão neoliberal é manifesta na ideia de que o Estado, as empresas privadas e os cidadãos são responsáveis conjuntamente pela construção do espaço urbano. Além disso, espera-se que os beneficiários sejam cidadãos autônomos, assumindo a responsabilidade por seu novo ambiente. A dimensão política de esquerda promove, através de procedimentos participativos, o envolvimento dos moradores no projeto. A adoção de uma estética modernista exige que os moradores usem o espaço segundo os padrões da “civilização moderna”. No entanto, a pesquisa mostra que esse regime destoa dos modos de vida da população. Além disso, os procedimentos participativos fracassam na atribuição de qualquer influência real sobre os moradores. No final, os residentes reconstroem drasticamente seus novos conjuntos habitacionais, reapropriando-se do espaço urbano e contestando o regime que lhes foi imposto.REGIMES OF SPATIAL ORDERING IN BRAZIL: neoliberalism, leftist populism and modernist aesthetics in slum upgrading in RecifeThis article shows how regimes of spatial ordering are produced by the entangling of neoliberalism, leftist populism and modernist visions. It focuses on Prometrópole, a slum upgrading project in Recife. In this project, the neoliberal dimension manifests in the idea that the state,private companies and citizens together are responsible for (re)constructing urban space, and that beneficiaries are autonomous citizens, taking responsibility for their new living environment. The leftist political dimension is seen in participatory procedures to involve the residents in the project. The modernist aesthetics informs the project design with the requirement to use the new space according tothe standards of “modern civilization”. As our research shows, such a regime of spatial ordering clashes with the livelihoods of the residents. Furthermore, the participatory procedures fail to grant them any real influence in creating their environment. Consequently, these residents drastically reconstruct their estate, reappropriating the urban space andcontesting the regime imposed upon them.Key words: Favelas Urbanization. Urban Space. Participation.Neoliberalism. Socialism.LES RÉGIMES D’ORDONNANCEMENT SPATIAL AU BRÉSIL: la fusion du Néolibéralisme, du populisme de gauche et des visions modernistes dans l’urbanisation des favelas à RecifeCet article montre comment, au Brésil, les régimes d’ordonnancement spatial sont produits par la jonction de trois forces: le néolibéralisme, la politique de gauche et les visions modernistes. Il se concentre sur le PROMÉTROPOLE, Programme d’Infrastructures dans les Aires à Faible Revenus de la Région Métropolitaine de Recife, programme financé parla Banque Mondiale. Dans ce projet, la dimension néolibérale est claire quant à l’idée que l’État, les entreprises privées et les citoyens sont conjointement responsables de la construction de l’espace urbain. En outre, on attend des bénéficiaires qu’ils se comportent comme des citoyens autonomes et qu’ils assument la responsabilité de leur nouvel environnement de vie. D’un autre côté, la dimension politique de la gauche nourrit l’idée que, grâce à des procédures participatives, legouvernement devrait permettre à la population cible de prendre part au projet de sa conception à sa mise en oeuvre. En échange on espère que les habitants maintiendront une relation de coopération avec le gouvernement. La troisième dimension consiste en l’adoption d’une esthétique moderniste - lignes droites, espaces ouverts et ordre visible - qui configure la conception du projet. L’exigence du gouvernement estque les habitants des favelas utilisent leurs maisons et leurs espaces publics selon les normes de la “civilisation moderne”. Cependant cette recherche montre que ce régime d’ordonnancement spatial entre en conflit avec les modes de vie de la population urbaine pauvre qui peut même voir sa qualité de vie se détériorer à cause de ce genre d’intervention. De plus, contrairement à ce qui est affirmé, les procéduresparticipatives ne permettent pas à la population cible d’avoir une véritable influence. Au final, les résidents reconstruisent résolument les espaces privés et publics des nouveaux quartiers résidentiels, en reprenant ainsi possession de cet espace urbain et en contestant le régime d’ordonnancement spatial qui leur est imposé.Mots-clés: Urbanisation des Favelas. Espace Urbain.Participation. Néolibéralisme. Socialisme.