A CRISE DA POTÊNCIA E A DESORDEM INTERNACIONAL
O debate teórico, desde o fim da bipolaridade e da Guerra Fria, girou em torno dos conceitos de “superpotência”, “hiperpotência” ou unipolaridade. No entanto, não se tem dado bastante atenção e importância à crise que atinge o universo hobbesiano: sem dúvida, a potência é hoje atacada em sua própria...
Autor principal: | |
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Formato: | info:eu-repo/semantics/article |
Lenguaje: | Portugués |
Publicado: |
Universidade Federal da Bahia
2007
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Acceso en línea: | https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/18862 http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/39240 |
Sumario: | O debate teórico, desde o fim da bipolaridade e da Guerra Fria, girou em torno dos conceitos de “superpotência”, “hiperpotência” ou unipolaridade. No entanto, não se tem dado bastante atenção e importância à crise que atinge o universo hobbesiano: sem dúvida, a potência é hoje atacada em sua própria essência, demonstrando-se frágil sempre que utilizada como princípio de ação internacional, isso sem considerar as vicissitudes por que passa a própria primeira potência mundial. No jogo pósbipolar, um paradoxo empírico se impõe: nunca um Estado acumulou tantos recursos caracterizadores da potência quanto os Estados-Unidos nos dias de hoje; jamais, no entanto, esta potência teve tão pouco controle sobre os problemas com os quais se confronta. Tal contradição é essencial na teoria das relações internacionais, visto que perturba os paradigmas clássicos, questionando frontalmente a própria concepção do power politics que serviu de pedra angular não somente ao realismo e ao neorealismo, mas também à teoria neoinstitucional ou ainda aos diferentes estruturalismos. Neste artigo, o autor emite a hipótese de que uma certa forma de protest politics, tomando a potência como alvo e não mais a considerando como princípio organizador da ordem mundial, ocupa doravante o lugar da noção de power politics, abalando a teoria clássica da “estabilidade hegemônica”. PALAVRAS-CHAVE: relações internacionais, teoria, Pós-Guerra Fria, crises de superpotência, novos atores.THE CRISIS OF THE POWERS AND THE INTERNATIONAL DISORDER Bertrand Badie Since the end of the Cold War and the bipolarity, there has been a theoretical debate around the concepts of “superpower”, “hiperpower” or unipolarity. However, not enough attention and importance has been given to the crisis that reaches the hobbesian universe: doubtlessly, the superpower is attacked today its own essence, shown as fragile whenever used as a principle of international action, without considering the which the first world power undergoes. In the post-bipolar game, an empiric paradox is imposed: never has a State accumulated so many resources peculiar to a superpower as the United States nowadays; never, however, has this superpower had so little control on the problems she faces. Such contradiction is essential to the theory of international relations, because it disturbs its classic paradigms, frontally challenging the conception of power politics that served as a cornerstone not only to the realism and the new realism, but also to the neoinstitutional theory or still to the different structuralisms. In this paper, the author hypothesizes that a certain form of protest politics, taking the superpower as target and not considering her as an organizing principle of the world order, replaces the notion of power politics from now on, affecting the classic theory of “hegemonic stability” KEYWORDS: international relations, theory, Post Cold War, superpower crises, new actors.CRISE DE PUISSANCE ET DÉSORDRE INTERNATIONAL Bertrand Badie Le débat théorique a tourné, depuis la fin de la bipolarité et de la Guerre froide, autour des concepts de “superpuissance”, “d’hyper-puissance”, ou d’unipolarité. On n’a cependant pas été assez attentif à la crise qui frappait l’univers hobbesien: peut-être la puissance est-elle aujourd’hui attaquée dans son évidence même, partout où elle est utilisée comme principe d’action internationale, au-delà même des vicissitudes rencontrées par la première puissance mondiale elle-même. Dans le jeu post-bipolaire, un paradoxe empirique s’impose au fil des évène-ments: jamais un État n’a accumulé autant de ressources de puissance que les Etats-Unis aujourd’hui; jamais pourtant cette puissance n’a eu si peu de prise sur les enjeux auxquels elle a été confrontée. Une telle contradiction est essentielle en théorie des relations internationales, puisqu’elle bouscule les paradigmes classiques, mettant directement en cause la conception même du “power politics” qui servait de pierre angulaire non seulement au réalisme et au néo-réalisme, mais aussi à la théorie néo-institutionnelle ou encore aux différents structuralismes. Dans cet article l’auteur fait l’hypothèse qu’une certaine forme de “protest politics”, prenant la puissance comme cible et non plus comme principe d’ordre, vient désormais prendre le relais, ébranlant la théorie classique de la “stabilité hégémonique”, jusqu’à lui substituer l’hypothèse d’une “instabilité hégémonique”. MOTS-CLÉS: relations internationales, théorie, Post-Guerre Froide, crises de superpuissance, nouveaux acteurs.Publicação Online do Caderno CRH:http://www.cadernocrh.ufba.br |
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