POLÍCIA É PROFISSÃO, POLICIAL É TRABALHADOR; NÃO É TROPA”. SOBRE A UTOPIA DO TRABALHO POLICIAL NO BRASIL

Nos últimos anos, policiais civis e policiais militares insatisfeitos têm se envolvido na formação de movimentos sociais e grupos de atuação em rede. O caso mais proeminente de resistência ao status quo policial no Brasil é o Movimento dos Policiais Antifascismo (MPAF). Argumentamos que o MPAF pode...

Descripción completa

Detalles Bibliográficos
Autores principales: Durão, Susana, Souza, Wellynton
Formato: info:eu-repo/semantics/article
Lenguaje:Portugués
Publicado: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2022
Materias:
Acceso en línea:https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/synthesis/article/view/65834
http://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/37525
Descripción
Sumario:Nos últimos anos, policiais civis e policiais militares insatisfeitos têm se envolvido na formação de movimentos sociais e grupos de atuação em rede. O caso mais proeminente de resistência ao status quo policial no Brasil é o Movimento dos Policiais Antifascismo (MPAF). Argumentamos que o MPAF pode ser perspectivado como um novo formato de organização no conjunto das políticas do trabalho policial e no cenário brasileiro de mobilizações policiais, reclamando a participação destes profissionais na discussão sobre segurança pública no Brasil. Uma das singularidades do MPAF é a afirmação política da necessidade de reconhecer o/a policial enquanto trabalhador/a. Com base em análises documentais, mediáticas e a realização de entrevistas semiestruturadas, o presente texto visa interpretar o que está em jogo quando integrantes do MPAF reclamam a categoria de trabalhador. Os integrantes se movem entre a gramática do associativismo sindical clássico de movimentos de trabalhadores e a produção de um imaginário utópico do trabalho policial e do trabalhador polícia. Concluímos que a noção de polícia e policiamento construída por este movimento progressista embrionária nas polícias brasileiras desafia teorias sobre a polícia e se configura, como outros, em processos de democratização, descolonização e desenvolvimento.