Sumario: | Nas quase três décadas de prevalência dos anos dourados do capitalismo do segundo Pós-Guerra, houve importantes avanços no tocante ao grau de conquistas laborais, que terminaram estabelecendo um patamar mais avançado de segurança do trabalhador. O crescimento do processo de acumulação fordista daquele período foi acompanhado simultaneamente pela diminuição do desemprego e pela elevação dos salários dos ocupados, no total da renda nacional. No último quartel do século 20, contudo, emergiram forças destrutivas do trabalho vivo adicionais. Com a intensificação do processo de acumulação pós-fordista, constata-se a inversão das bases de garantia da segurança do trabalhador. Inexoravelmente, passou-se a assistir ao retorno do desemprego estrutural, que logrou mais força à medida que ganhou maior dimensão a globalização neoliberal. Se isso se transformou numa realidade generalizada nas economias centrais, na periferia do capitalismo mundial, onde o grau de seguridade social não havia avançado tanto durante os anos dourados, deu-se uma ampliação ainda mais intensa nos níveis de precarização e desemprego. Diante de tal quadro, este ensaio procura destacar a situação atual de desconstrução do trabalho, acompanhada sobretudo pelo desemprego estrutural. Para tanto, a análise encontra-se dividida em duas partes. A primeira parte trata das forças responsáveis pela desconstrução do trabalho. Já a segunda refere-se à situação em curso do desemprego estrutural e das transformações do processo de empobrecimento dos trabalhadores no Brasil.
|